Proteção Contra Incêndio: Por Que Negligenciamos?

Incêndios são eventos que, em questão de minutos, podem destruir patrimônios construídos ao longo de uma vida. Mais grave ainda: colocam em risco a vida de pessoas.

Apesar disso, é comum que a proteção contra incêndio seja negligenciada ou relegada a segundo plano em muitas edificações, empresas e até instituições públicas.

Mas por que, afinal, ignoramos algo tão essencial?

1. Cultura da Reatividade

No Brasil, ainda prevalece a cultura do “apagar incêndio” no sentido literal e figurado. Agimos apenas quando o problema acontece, ao invés de investir na prevenção. A proteção contra incêndio é vista como um custo, e não como investimento — até que o pior ocorra.

2. Falsa Sensação de Segurança

A ausência de acidentes ou ocorrências faz com que muitos acreditem que “nunca vai acontecer comigo”. Esse pensamento leva à negligência de manutenções, desativação de sistemas ou até mesmo à não instalação de equipamentos mínimos exigidos por normas e legislações.

3. Falta de Conhecimento Técnico

Muitos responsáveis por edificações não compreendem a complexidade e importância dos sistemas de detecção, alarme e supressão de incêndio. A ausência de um projeto técnico adequado, elaborado por profissionais especializados, compromete a eficácia da proteção.

Muitas empresas contratam soluções improvisadas, sistemas mal dimensionados, detectores mal posicionados ou equipamentos vencidos são falhas recorrentes.

Exemplo: Em 2022, um hospital particular em São Paulo precisou ser evacuado às pressas após um princípio de incêndio na casa de máquinas. O sistema de alarme não disparou. O motivo? A central estava desativada por falha de manutenção.

4. Custo Imediato X Benefício Futuro

Embora os sistemas de segurança contra incêndio salvem vidas e bens, seu retorno não é imediato nem visível no dia a dia. Por isso, muitas empresas adiam investimentos ou optam por soluções mínimas apenas para cumprir exigências legais, e não para proteger de fato.

5. Conformismo Regulatório

Muitos encaram a proteção contra incêndio apenas como uma exigência do Corpo de Bombeiros. Nesse cenário, o foco é “passar na vistoria”, e não garantir a segurança real de ocupantes e operações.

6. 6. Dados que Preocupam

Segundo o Instituto Sprinkler Brasil:

• Em 2023, foram mais de 2.000 incêndios estruturais noticiados na mídia nacional.
• O setor industrial lidera os registros, seguido de comércios, galpões e residências multifamiliares.
• Estima-se que os prejuízos com incêndios ultrapassem R$ 1 bilhão por ano no Brasil.

Mesmo diante desses números, muitos estabelecimentos continuam sem sistemas adequados de detecção, alarme e combate.

É hora de mudar essa mentalidade

A prevenção é sempre o melhor caminho. Investir em proteção contra incêndio é investir em segurança, continuidade dos negócios e, acima de tudo, em vidas humanas.

Negligenciar a proteção contra incêndio é assumir um risco desnecessário. Não podemos esperar a próxima tragédia para agir. Investir em segurança é proteger vidas, patrimônios, reputações e operações.